Conhecendo Vinhos Parte III - Eventos de vinhos

Bem, já falamos sobre ir às lojas de vinhos, sobre pequenas provas e degustações de vinhos nas lojas, e agora falaremos sobre eventos de vinhos.

Mas antes de falarmos de eventos de vinhos gostaria que vocês assistissem a esse outro vídeo VINHO DO BOM - onde os apresentadores Ivan Hannickel e Ranimiro Lotufo participam do 1° Granja Viana Wine Fest.

Vale a pena acompanhar os vídeos da dupla 

Seguindo no clima do vídeo. Uma boa pedida (sempre) é participar desses eventos que apresentam uma grande variedade de vinhos. Nesses eventos podemos descobrir os vinhos que não gostamos e não vamos comprar, que gostamos e podemos comprar, e mais interessante ainda, conhecer  aqueles que a gente vai amar, mas não vai conseguir pagar. 

Recomendei que vocês assistissem o vídeo VINHO DO BOM, porque eles mostram direitinho como é este tipo de evento -  e como se deve (e não deve) se comportar nessa ocasião.(Mais uma vez Parabéns e obrigada - Ivan e Rani -  pelo trabalho de vocês!!  \o/ )

Listei abaixo algumas outras dicas para participar de eventos como estes. 

Não são regras, são apenas dicas. Pois o mais importante é a gente se sentir à vontade e feliz - sem ferir ou desrespeitar o espaço do outro, não é mesmo?

YES! Coisas que podemos fazer:

• anotações sobre os vinhos, nossas impressões sobre eles e/ou tirar fotografia dos rótulos que mais gostamos. 

Em grandes eventos de vinhos, muitas vezes, recebemos um ¨caderno de degustação¨ com indicação dos produtores e a lista dos vinhos apresentados para facilitar o registro de nossas impressões. Mas é sempre bom termos os nossos pequenos blocos de anotação a postos.

• conversar com os expositores - que muitas vezes pode ser o próprio dono da vinícola, ou o enólogo - o profissional que fez o vinho.
• tirar fotos com eles também pode - eles gostam!
• fazer uso dos ¨baldinhos¨, também chamados ¨cuspideiras¨ - como o Rani fez no vídeo. Sempre haverá um destes em cada uma das ilhas de degustação e embora pareça um tanto ¨eca¨, seu uso é muito normal - e recomendável este tipo de evento. Evita ter de beber os vinhos que não gostamos, e melhor ainda, contribui para evitar o ¨mico¨ dos efeitos do álcool.
• despejar o vinho que ficou na taça depois da prova para provar o próximo vinho - não precisamos provar todo o conteúdo da taça.
• beber água. Na mesma taça usada para os vinhos ou em taça diferente - se houver. 

Beber água não só ajuda a hidratar, como também a limpar as papilas gustativas, contribuindo para que percebamos melhor outros vinhos provados. Pão francês em rodelas também tem a função de limpar as papilas. 

No! Coisas que NÃO devemos fazer: 

Antes de chegar:

• escovar os dentes momentos antes do evento (se precisar fazê-lo, o faça ao menos 2h30 antes), mascar chicletes, comer chocolate ou balas mentoladas. Todas essas ações - juntas ou separadas podem fazer com que nossas impressões sobre os vinhos não sejas das melhores. (dificilmente um vinho poderá ser bom para nós depois disso...)
• usar perfume não nos ajuda a perceber os aromas dos vinhos e atrapalha -  por vezes incomoda - os outros convidados também. 

Durante o evento:

• cara de ¨coitadinho pedinte¨ - suplicando pelo ¨chorinho¨ de vinho na taça - acreditem! -  a quantidade servida é sempre suficiente para a prova. 

Lembrem-se: São muitos os vinhos. Encher a taça não vai nos ajudar na missão de descobrir os vinhos que podem nos fazer felizes.

• cara feia quando o vinho não atender aos seus critérios: bom e ruim.

• falar mal do vinho para o expositor - ainda que você não tenha gostado. 

O fato de não ter gostado, não significa que o vinho seja ruim, ou que não tenha qualidade. Aproveite a oportunidade e tente entender as características dele. É possível aprender com elas também.

• tentar realizar um ¨auto-serviço¨ servindo sua própria taça. Precisamos aguardar que o expositor nos sirva. Afinal, essa é a ferramenta de trabalho dele. Ao mesmo tempo em que ele te serve, ele te apresenta o vinho.

• chegar pedindo para provar o vinho mais caro do expositor e só querer provar os mais caros.

um dos vinhos mais caros do mundo

Essa prática vai reduzir a lista de bons vinhos que cabem no seu bolso. Como havia dito nos primeiros posts, tudo tem seu tempo: senão estamos preparados para reconhecer a qualidade de um grande vinho, precisamos reconhecer primeiro a qualidade nos vinhos mais simples. Então, a dica é investir e manter o foco neles. Claro que podemos provar os vinhos mais caros! Podemos provar todos!!! Mas é preciso ter um foco. Ou vamos provar, provar, provar, e continuar sem entender muita coisa. 

• ficar sob os efeitos do álcool - andando de lado, falando embolado e fazendo bobagens. (isso é ÚÓ, minha gente!) 

pessoa em estado lamentável

Se fizermos uso frequente dos ¨baldinhos¨ e bebermos água com frequência, ao final do evento, estaremos felizes porque provamos muitos vinhos, estamos descobrindo muitas possibilidades de boas compras, fazendo novos amigos, aprendendo mais. Ao mesmo tempo, respeitamos os limites do nosso corpo, os outros convidados e os profissionais que estão trabalhando para nos ajudar nessa tão prazerosa missão - cuidando para que o evento seja bom para todos.




Depois do evento:

• Seja em eventos como este, em degustações menores, numa prova simples em lojas ou um ¨vinhozinho¨ em casa com os amigos, lembrem-se: não dirijam! Peguem um táxi. É mais confortável e mais seguro. 

Ultimamente estes eventos tem se tornado cada vez mais comuns aqui no Rio de Janeiro. Normalmente são promovidos por importadores, produtores ou distribuidores. Esses eventos normalmente tem horários especiais – à tardinha -  para os profissionais (aqueles que estudam sobre o assunto e que são responsáveis por selecionar os vinhos que serão vendidos nas lojas e nos restaurantes – que vocês, queridos leitores frequentam.) Em seguida, mais à noitinha, o evento é de vocês - pessoas apaixonadas por vinhos!

  

No último dia 15 aconteceu o 1° CONFRARIA WINE DAY - um evento de vinhos promovido pela Confraria Carioca - resultado de uma parceria com o Chef Claude Troisgrois no Projeto Exposição de Vinhos  - que está na 6a. Edição. O evento aconteceu no agradável Atelier Troigrois - no Jardim Botânico. 
Preço do ingresso para o evento: R$70, com 15% de desconto para jantar no CT Trattorie. 

Foram apresentados 70 rótulos (10% de todo o portfólio da Confraria hoje) – muito bem selecionados por sinal.

Abaixo minhas recomendações das ¨melhores compras¨ da noite (por ordem crescente de preços).

Não vou dar notas. Nem fazer análise dos vinhos. Meus critérios de avalição são simples: vinhos fáceis de beber, de gostar e de comprar. Vinhos que vão agradar quem conhece e quem não conhece vinhos também. Vinhos para apreciar, presentear ou recomendar.

Blanco VILLAVID 2011
Produtor: Bodegas Villavid - Espanha/DO Manchuela
50% Macabei, 50% Verdejo
Importadora: Vínica

R$ 35

Curiosidade 1: Antes de conhecer este vinho, eu ainda não havia ouvido falar na DO Manchuela. Manchuela é uma região próxima a La Mancha - onde temos a maior extensão de uvas viníferas plantadas. Esta DO (Denominação de Origem) inclui as Regiões de Cuenca, Manchuela e Albacete. Para um vinho ter no Rótulo essas duas letrinhas (DO) é necessário que o produtor siga as regras de qualidade estabelecidas e cada DO determina suas próprias regras. (mas isso, é assunto para outro posto, tá?).
Antes da criação desta DO - que teve início a partir do ano de 2000, os produtores eram reunidos em cooperativas e tinham a tradição de produzir vinhos simples à granel. Hoje, com regras de qualidade exigidas e estabelecidas -  e grande investimento em tecnologia -produzem vinhos muito bem feitos.

PROSECCO DOC Poggio delle Robinie

Produtor Cecilia Beretta – Itália/Vêneto – Prosecco Treviso DOC

100% Glera

Importadora: Vínica

R$39

Curiosidade 2 – Prosecco era o nome da uva com a qual se elabora um autêntico Prosecco Italiano. E a exemplo dos Champagne - vinhos espumantes produzidos na Região de mesmo nome na França. Hoje podemos chamar Prosecco o vinho espumante produzido na Região do Vêneto, na Itália. A uva é a mesma que se chamava prosecco, mas que agora, tem outro nome: Glera.

Curiosidade 3 – não tem a ver com o vinho acima, mas tem a ver com a curiosidade 1(rs): O vinho Periquita - o famoso vinho Português - é produzido com uma uva que tinha o mesmo nome: Periquita. Acontece que a marca do vinho ficou tão forte que para o mundo não confundir ¨alhos com bugalhos¨, mudaram o nome da uva também. Hoje o vinho Periquita continua sendo produzido com a mesma uva, que agora tem outro nome: Castelão. 

LA PLAYA Sauvignon Blanc 2011

Produtor: Viña La Playa – Chile/Vale do Curicó

100% Sauvignon Blanc

Importadora: MMV

R$ 39,90

SOTTANO CLÁSSICO Carbernet Sauvignon 2011

Bodega Sottano – Argentina/Luján de Cuyo

100% Cabernet Sauvignon

8 meses de estágio em carvalho francês

Importadora: Max Brands

R$ 49,00

A Bodega Sottano é uma vinícola butique que investe na produção de vinhos premium. Por isso que o Sottano Clássico Cabernet Sauvignon – o vinho mais simples produzido por eles - é tão bacana! Os Sottano Reserva e Sottano Reserva de Família são mais caros, mas são MARA! Fico imaginando o JUDAS! O vinho Top da vinícola. Deve ser algo para se apreciar rezando...

CASAL DA COELHEIRA tinto
Quinta do Casal Colheira – Portugal/Tejo

40% Alicante Bouchet, 30% Touriga Nacional e 30% Touriga Franca

Importadora: Max Brands

R$ 52,00

A Confraria Carioca oferece essas e outras opções igualmente fáceis de beber, de gostar e de pagar. Vale a pena conferir.

Salute!