Curiosidades, estórias... e Vinho Nacional

Vamos combinar que o titulo dos posts anteriores: ¨Conhecendo Vinhos¨ será um tema permanente neste blog ?  Afinal, conhecer vinhos é o nosso propósito, não é mesmo? 

Com o tempo a gente descobre que todo vinho tem uma estória para contar. E isso pode  envolver a história de um país, de uma região, passando pelas histórias dos produtores, da elaboração dos vinhos, da origem das uvas, até simples e interessantes detalhes como os nomes escolhidos ou a arte que estampa seus rótulos, até mesmo o formato das garrafas...

Querem um exemplo?

Na foto ao lado vemos garrafa de vinho rosé. Uma garrafa de vinho de formato pouco comum, não é mesmo? Pois é! Embora se assemelhe muito a uma garrafa de perfume. Essa bela garrafa é uma garrafa de vinho - e pasmem! De vinho brasileiro! Yeah! Produzimos excelentes vinhos no nosso País e está na hora de acabar com preconceitos, paradigmas e qualquer resistência em consumí-los, ok?

Não queremos estórias?! Pois bem... antes de falarmos sobre a garrafa, vamos sabe um pouco mais sobre a vinícola, tá?

Este vinho é o Villa Francioni Rosé, produzido no Sul do Brasil, mais precisamente em São Joaquim - Santa Catarina, pela Vinícola Villa Francioni. A Villa Francioni não foi a primeira a se instalar na Serra Catarinense, mas foi sim a primeira a vinificar os próprios vinhos na Região. A vinícola embora seja relativamente nova - com a primeira safra em 2004,  já produz vinhos de qualidade como poucos. A Villa Francioni é uma vinícola butique - diz-se butique quanto uma vinícola  produz pouco (poucas uvas por planta e pouca quantidade de vinho também - 150mil garrafas/ano) em comparação com grandes produtores - algumas milhões de garrafas.)

A vinícola prioriza qualidade à quantidade. Os vinhos são provenientes de uvas que tem suas mudas vindas da França e da Itália. Produzidos com alta tecnologia e elaborados pelas mãos mágicas do respeitadíssimo enólogo Orgalindo Bettú, que nasceu e cresceu em meio aos vinhedos em Garibaldi. Bettú trabalhou 10 anos na vinícola Aurora e também com o irmão Vilmar Bettú produziu ¨cult wines¨ conhecidos como ¨vinhos de garagem¨ na Serra Gaúcha.

O desejo do Sr. Manoel Dillôr Freitas - fundador da Villa Francioni  era produzir vinhos finos, elegantes e de altíssima qualidade. Tudo o que ele queria? ¨Enriquecer a celebração da vida ao sabor de um elegante vinho elaborado com amor e arte.¨ 

A vinícola tem esse nome em homenagem à mãe do Sr. Dillôr - Sra. Agripina Francioni. Hoje a Villa Francioni comercializa no total 14 diferentes vinhos que se dividem em três linhas: APARADOS, JOAQUIM e VILLA FRANCIONI.

APARADOS é primeira linha de vinhos - criada para competir com Argentinos e Chilenos com excelente custo-qualidade, e tem esse nome em homenagem ao Parque Aparados da Serra, onde se iniciam os campos de altitude da Serra Catarinense, nas proximidades dos vinhedos da Villa Francioni, que ficam a 1.260m acima do nível do mar - com clima seco e frio. 

Já a linha JOAQUIM, tem esse nome em homenagem à Região - São Joaquim, onde as uvas são cultivadas e os  vinhos são elaborados. Outros vinhos da Linha Villa Francioni contam um pouco a história da família, como o Francesco - Pai da Sra. Agripina Francioni e primeiro italiano da família a vir para o Brasil, e ainda tem o Michelli - hoje o vinho TOP da vinícola, de estilo super toscano, o vinho tem esse nome em  homenagem ao pai do Sr. Francesco, que ficou na Itália e nunca esteve no Brasil. 

Vale a pena uma visita pois a Villa Francioni foi - junto com a Luiz Argenta, em Flores da Cunha (RS) -  eleita a mais bela vinícola do Brasil. As visitas guiadas são emocionantes e imperdíveis.

Voltando a falar do Villa Francioni Rosé...

Por ocasião da fundação da vinícola Sr. Dillor Freitas - que gostava muito de receber os amigos.  Recebeu um amigo - perfumista francês - que provou o vinho  rosé - muito antes dele ser engarrafado - ele ficou encantado com o vinho e declarou que sendo um vinho especial, merecia uma garrafa especial. Vindo a criar esta bela garrafa com espessura e dimensões que só a Villa Francioni tem. Essa garrafa vem da França especialmente para o nosso deleite! O vinho é Rosé - inspirado nos Rosés da Provence. A elaboração deste vinho conta com a participação de 8 variedades de uvas tintas (Cabernet Sauvingon, Cabernet Franc, Syrah, Sangiovese, Petit Verdot, Pinot Noir, Malbec e Merlot). Ele é um vinho com aromas delicados de frutas e flores, lembrando romã, pessego, rosas e avivado por um leve toque cítrico. É refrescante, leve, delicado com acidez presente e agradabilíssima, é um vinho refrescante e bem equilibrado. Perfeito para dias quentes, mas para mim, qualquer hora é hora! Adoro esse vinho, além do mais, a garrafa e o conteúdo são verdadeiros presentes! Este vinho foi eleito o melhor Rosé do Brasil pelo Guia Anuário Vinhos do Brasil, e também eleito o melhor Rosé - dentre rosés de muitos outros lugares no mundo - numa recente degustação às cegas promovida pela Folha de São Paulo. Ele também é conhecido como ¨O Vinho da Madonna¨, pois quando em uma de suas visitas ao Brasil, hospedada no Fasano em SP e amante de vinhos rosés, Madonna pediu que Manoel Beato - sommelier do Fasano - recomendasse um rosé nacional , e ele sugeriu o Villa Francioni Rosé. Ela gostou tanto que parece ter levado algumas garrafas para casa! Isso gerou uma mídia espontânea incrível para a vinícola na época.  

Viram como que com um detalhe aqui e outro ali temos histórias para contar?

Fico feliz que a primeira - de tantas estórias que pretendo contar - se refira a um produto nacional.  
Sugiro que peçam recomendações dos vinhos verde-amarelo, quando passarem em visita a suas lojas de vinhos e que levem ao menos um para casa. 
É verdade que houve um tempo em que os vinhos nacionais não tinham qualidade, houve um outro em que os que tinham qualidade eram caros demais - em realidade e em comparação com outros vinhos importados de qualidade. Mas hoje estamos em outro momento e precisamos reconhecer nossos valores.

Todos os vinhos são bons?! Todos os vinhos tem qualidade?! Todos os vinhos tem bons preços?! TODOS, não. Mas para muitos podemos - e devemos - dizer, SIM! 
Alguns vinhos importados que entram em nosso país também não são bons, não tem qualidade e também podem ser bem caros! 
Vamos nos informar, e reduzir os riscos de uma péssima compra... E digam SIM ao vinho nacional! Porque temos muitos bons vinhos com preços que cabem nos nossos bolsos. É claro que os preços podem melhorar - sempre!

Prometo postar outras dicas de bons vinhos da nossa terra!

Saúde!!!