sexta-feira, 5 de julho de 2013

Todos os vinhos de Pinot Noir são iguais?



Essa semana recebi um e-mail de uma leitora de SP com a seguinte pergunta: 
¨Todos os vinhos feitos 100% com a uva Pinot Noir são iguais?¨
Eu achei a pergunta tão boa que resolvi escrever a resposta aqui!



A resposta é não. E seria fácil se fosse só isso... risos
A explicação para isso pode ser bastante técnica, mas vou tentar (mesmo) simplificar o entendimento, ok?

Caso 1:

Vamos supor que Joãozinho da Silva, brasileiro - tenha saído do seu país de origem - o Brasil - para viver na Nova Zelândia. Lá ele foi acolhido por uma família incrível que cuida dele e o ajuda a se desenvolver. Já passados bons anos Joãozinho da Silva está perfeitamente adaptado à cultura e ao estilo de vida locais. Já fala inglês fluente, se veste como um ¨kiwi¨, curte esportes e eventos ao ar livre - que o País tem de monte para oferecer, além de também se adaptar muito bem à culinária local. Quando está frio ele gosta, quando está quente também gosta. Sim! Depois de alguns anos podemos dizer que Joãozinho é feliz na Nova Zelândia. Ele, ainda preserva as características ¨naturais¨de um brasileiro,  mas como está sob influência e perfeitamente adaptado ao país, se ¨expressa¨ de acordo com a cultura e os costumes deste País. 

Caso 2:

Mariazinha de Souza, brasileira, saiu do seu país para também viver na Nova Zelândia. Acontece que ao contrário de Joãozinho, Mariazinha não consegue se adaptar aos costumes do novo país. Ela foi acolhida por uma família fria, distante, que não se importa com seu desenvolvimento e aproveitamento - só querem mesmo é receber o dinheirinho da hospedagem dela no final da semana.
Para ela o mais grave mesmo é que na Nova Zelândia, não tem açaí batido, pão francês com queijo minas, churrasquinho de gato no boteco, x-tudo na esquina, doce de leite ou pão de queijo na padaria. Além disso, o verão é curto e no inverno os dias são escuros e muuuuuito frios!!! Ela gosta do Faustão e A Fazenda. Adora beber cerveja nas ruas da Lapa com os amigos (na Nova Zelândia é proibido consumir bebidas alcoólicas em vias públicas) e precisa de sol 100% do tempo para sorrir e se sentir feliz. E não! Infelizmente Mariazinha não se adaptou nas terras e aos costumes Neo Zelandeses. 

Moral da História:

As uvas assim como as pessoas, podem se adaptar  - ou não - em Regiões diferentes das suas origens. E se a Mariazinha fosse uma uva, provavelmente não daria um bom vinho - se produzido na Nova Zelândia. O produto final - o vinho - será sempre a forma como a uva se expressa sob a influência de clima, solo e cuidados que ela recebe. 
Em geral os vinhos dessa uva tem corpo leve/médio, de cor vermelho bem clarinho, taninos leves e com aromas de frutas vermelhas. A variação de intensidade dessas características será a sua ¨expressão¨ em cada uma das Regiões. Ela pode falar espanhol, inglês ou Português, mas ela sempre terá o sotaque francês e o seu jeito típico de SER PINOT NOIR. E assim também acontece com todas as outras uvas - cada uma com sua origem e tipicidade.


Teoria na Prática:

Nada como a  prática para nos proporcionar um melhor entendimento dessa ¨expressão¨ não é mesmo? Portanto, sugiro que vocês reúnam os amigos cumpram ¨A MISSÃO PINOT NOIR¨.  

Essa prática não só vai ajudá-los a perceber a ¨expressão¨ dessa uva em cada uma das Regiões, como também vai ajudá-los a conhecer suas características fundamentais.

Seleção de vinhos:

Masson Dubois Bourgogne Pinot Noir (França) - Importadora Casa Flora - R$ 57
Luiz Argenta Pinot Noir (Brasil) - Serrado Vinhos - R$ 55
Redtree Pinot Noir (Califórnia) - Importadora/Loja Grand Cru - R$ 59
Leyda Reserva Pinot Noir (Chile) - Importadora/Loja Grand Cru - R$ 52

Por ser a Pinot Noir uma uva delicada - e portanto de difícil cultivo, normalmente os vinhos provenientes desta uva são relativamente mais caros - se comparados com vinhos varietais de outras uvas como a Malbec ou a Cabernet Sauvignon por exemplo. Se vocês conseguirem se reunir em um grupo de - no mínimo 6 pessoas, o valor divido por pessoa poderá facilmente tornar essa prática viável. 

E vocês, que tem dúvidas sobre vinhos e preferem não fazer comentários públicos, façam como a Renata! Enviem e-mail para quevenhaovinho@gmail.com  .
Até a próxima!

Santé!!!

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